Encontrei no meu Diário da Terra alguns experimentos de escritas, frases que ganham melodias quando relidas.
É só mais um caminho sozinha,
o corpo esquenta a medida que os passos são entregues,
como se um fio puxasse a sonoridade do seu peito intensificando o pulsar do seu coração, fazendo com que seus pés saíssem do chão.
Achava-se só,
mas encontrou acolhimento no espaço que a enredou em uma nova dança.
Destemida enrolada no fio que tece seu peito,
teceu a repetida trama ao abismo.
Enquanto caia sentia a suavidade do solo que impulsionava a sua subida,
o abismo se fazia raso,
a cada mergulho encontrava um abraço na sua volta,
embora o molde do encaixe aprisiona o instinto,
enquanto tecia a sua repetida trama ganhava nos abraços entrelaçados ritmo a sua respiração.
O fio se parte
Tencionada repetidas vezes não aguentou a flexibilidade do imediatismo,
precisava partir, e rompeu.
Ela segue sozinha sentindo a sua dança nas entrelinhas, observando o céu azul no fundo do abismo.
Escrita 30/05/2022

Outono já sinto a sua potência, retornei ao meu Diário da Terra do ano passado e observei as repetições de aprendizados, o corpo sentia como o hoje sente a renovação. Convidada a viver a adaptabilidade e aceitar a impermanência. O corpo aprende com as novas informações, adaptada o entorno para que o novo seja sustentado em equilíbrio. 2023 promete muitas novidades!!!
Com Amor
Marthina